domingo, 17 de fevereiro de 2013

Encontros

Uma página no FB pode ser bem mais do que um espaço de divulgação. Dependendo da participação dos visitantes ela se torna uma verdadeira arena para troca de informações, que possibilita a uma multitude de pessoas com interesses comuns, e de origens muitas vezes díspares, e que dificilmente se encontrariam, um contato próximo. O coletivo fantasma vai se fortalecendo com conexões bem interessantes, de Nova Iguaçu a Aracaju, da Bahia a Paraíba. E é muito bacana quando isso sai do plano etéreo da web e se torna um encontro de carne e osso, como aconteceu logo antes do Carnaval quando fomos visitar o Lahire Marinho, frequentador assíduo das postagens no FB. Lahire e sua amiga Glória nos receberam para um papo ótimo em um aconchegante apartamento que, pasmem, abriga uma sala de projeção particular! Delícia de visita, nem vimos a hora passar.  Situado no coração de Copacabana, bem ali no triângulo das Bermudas que tantos cines tragou, Lahire tem uma coleção de recortes de jornal que conta boa parte da ascensão e queda dos cinemas de rua da cidade. Vamos digitalizar e disponibilizar uma parte por aqui. Mas na verdade quem começou com as perguntas foram eles: para que estamos fazendo o CineFantasma? Não é só para pagar mico né? Adoramos. Toda vez que perdemos o foco da ação lembramos que não estamos aqui só pra pagar mico, claro que não! Lahire e Glória são defensores de salas de cinema, super atuantes e atualizados no assunto. Uma honra e uma alegria contar com essa colaboração no coletivo fantasma. Entre um café e outro ficamos sabendo que o Art Copacabana passava filme em preto e branco, era mais cult, com fitas européias.
E que no demolido Ritz, as crianças assistiam a "Alice no país das maravilhas", "Tarzan e as sereias", "A floresta mágica", "A conquista do espaço"... Onde mais a gente poderia deliciosamente lembrar que o Condor Copacabana tinha dois andares, e ali passou o Poderoso Chefão e Highlander? E que onde hoje funciona o supermercado Mundial, na Siqueira Campos, ficava o Cine Flórida?
E o Bruni Copacabana que exibiu um filme com Jorge Bem chamado "Uma nega chamada Tereza", com canções ao vivo interpretadas pelo próprio entre algumas sessões!?
E que em 1975 o Rian pegou fogo - será que foi um incêndio acidental?
E que em 1977 foi reinaugurado e exibiu vários 007 - "Os diamantes são eternos", "Viva ou deixe morrer". Sem esquecer de Blade Runner e Excalibur.
E o Metro Copacabana? Um capítulo à parte, sobretudo quando chocou suas platéias acostumadas aos filmes da MGM com Rio Zona Norte, Rio 40º, Assalto ao Trem Pagador ...
E o Cine Alvorada: Rua Raul Pompéia 17.  Sua fachada aparece nos Cafajestes, e "Morangos Silvestres" ficou simplesmente 1 ano em cartaz no cinema - que mundo é esse meu deus, onde Morangos Silvestres fica um ano em cartaz em um cinema de rua?
Ali do lado o Cine Alaska exibiu Macunaíma, e não muito longe o Caruso passava Terra em Transe.
Já está na hora de ir embora, e nem saímos de Copacabana... E a Cinelândia? Ah, o Rex, hoje pornô, passava filmes de terror italianos de Dario Argento e Mario Bava, estrelados por Barbara Steele!  Vamos ter que voltar outro dia. Ce n'est pas grave!



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