Inacreditavelmente nossa ação no Crato foi canceladas às vésperas da realização do cortejo na cidade. Chegando no Ceará somos informados que uma contenda envolvendo instituições e dirigentes inviabiliza a ação na cidade, nos colocando diante do desafio de levantar outra ação na vizinha Juazeiro em tempo recorde. E lá vamos nós!
Oficina Cine Fantasma Público-alvo: Pessoas com interesse em história, imagem e arquitetura. Não são necessários domínios técnicos prévios, mas conhecimentos de edição de vídeo são bem vindos. Quem tiver computador portátil, pode levar. (curso livre) Duração: 20h
Participantes: Até 20
Cine Fantasma é uma série de intervenções urbanas que iniciou-se no Rio de Janeiro, promovendo projeções de vídeo efêmeras sobre fachadas de cinemas de rua que não existem mais. O projeto trabalha com a memória associada a estes espaços, realizando uma grande colagem de imagens que incluem fotografias, frases, cartazes, plantas baixas, desenhos e trechos de filmes. As projeções em grande formato evaporam-se pelas paredes dos edifícios, produzindo um efeito de fantasmagoria que evoca imagens do passado, misturando-as a imagens do presente, numa perspectiva de crítica aos processos de urbanização que muitas vezes desconsideram o aspecto simbólico e afetivo dos espaços urbanos. No DF, a proposta é trabalhar não com a memória exclusiva de salas de cinema, mas com o imaginário da formação da própria cidade.
The extinction of movie theatres is a global phenomenon that has been
observed in the past 30 years across many countries. This can be related to the
culture of fear, that has been redefining urban spaces and pushed cinemas into
shopping centres; but also to new ways of film distribution – television, home
video, internet – in which cinemas are no longer a privileged
space.
If one can say that cinema has always been a ghost – a spectre in a way
- what could the ending of old movie palaces teach us about the nature of
cinema?
To use the portmanteau coined by Gregory Ulmer, what is the mystory in the decadence of these
buildings?
Ghost Cinema looks for answers to these questions
through a series of video interventions, which occupy façades of deactivated
movie theatres. Starting from an affective cartography of buildings abandoned,
demolished or simply transformed into another activity, the project counts on the
spontaneous collaboration of cinema spectators.
The memories shared in a collaborative digital network are indexed in a
database, including old photographs of the cinemas, movie extracts, poems,
posters, newspapers, memoirs etc. The data is combined and projected over the
buildings in a Live Cinema session, mixing materiality, mediality and
temporality. As Jacques Derrida affirms, archives are not dealing with the
past, but with the future. Ghost Cinema pays a tribute to dead
cinemas, bringing them back to life in a mediumistic session, but more than
that, it wants do discuss new architectures for image sharing.
Sra. e Srs. o Cinefantasma orgulhosamente apresenta:
um banco de dados!
AAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!!
HAHAHAHAHA HAHAHAHAHA
BUUUUUuuuuuu (ecoooo)
Os fantasmas estão aqui, gritava Paola Barreto*** !! O cinema não morreu! São infinitos fotogramas!….
Era de arrepiar! Em plena noite úmida de São Paulo (re)voltava a Cinelândia! Projeção sobre as histórias do que já passou por ali e sob os antigos cinemas, chamavam a atenção para o passado, traziam de volta aquilo que estava quase engolido pela cidade e apagado pelo abandono. Mas foi só buscar conexão e encontramos as redes “cinelândia 1, 2, 3, x…” nos dando sinais de outros tempos e virtualidades. Neste lugar em pleno centro de São Paulo, apareceu o Cinefantasma com a sua troupe fantástica*, em uma bicicleta adaptada para cargas, uma lanterna mágica**, um gerador fumacinha e vossa excelência: o banco de dados! Este, cuidadosamente elaborado, composto por memórias e histórias do que, de certa forma, ainda estão assombrando por ali. Eram letreiros de cinema, trechos de filmes, cartazes antigos, distribuídos sob as fachadas, colunas, escadarias, bilheterias e todo tipo de ruído local. Ao invés de tiquetes de entrada, o Cinefanatsma contou com o público espontâneo, passantes e moradores de ruas, e especialmente, com a colaboração da equipe do Festival BaixoCentro. No meio da noite, até recebemos uma gorjeta de um dos espectadores! Bom, foi mais ou menos assim que aconteceu o Festival BaixoCentro, organizado pela Casa da Cultura Digital, conseguiram viabilizar o projeto via Catarse e contaram com muitas outras colaborações. http://baixocentro.org/http://catarse.me
Agradecemos Santa Clara por segurar a chuva densa e manter o clima fantasmagórico!
* esta ação de guerilha fez parte do Festival BaixoCentro em São Paulo. Tive o prazer de participar juntamente com os colaboradores Breno, Tiago, Pedro e …
**mágico projetor 4.000 lumes, caixas de som amplificadas com 2 microfones, computador com modul8, lanterna, adaptador de tomadas, pen drive, cabos diversos e uma caixa de entrega de pizza que serviu de suporte para o computador.
*** carioca, idealizadora do projeto Cinefantasma.
06.04.2013 A ideia dos envolvidos na iniciativa é não deixar que a história dos antigos cinemas se perca no tempo
Com muita atenção e deixando a emoção rolar pelos tempos de outrora, o zelador José Célio de Alencar, 63, olhava as imagens projetadas em uma loja de móveis, na noite de ontem, na Rua Floriano Peixoto, no Centro de Fortaleza. A ação faz parte do Projeto Cine Fantasma, que promove uma série de intervenções urbanas em espaços públicos ao ar livre, que acontecem em fachadas e arredores de prédios que já abrigaram salas de cinema. A capital cearense é a 2ª cidade do País a receber o Projeto. Com um retroprojetor fixado em um carro, o grupo exibia diversas imagens nostálgicas de filmes passados décadas atrás FOTO: TUNO VIEIRA
O local onde estava o senhor Célio um dia foi o Cine Jangada, que, segundo ele, era palco de grandes filmes na sua infância. "A primeira vez que estive aqui foi com o meu pai. Lembro que ele tinha um ótimo sistema de iluminação e na parede haviam jangadas coloridas", recorda ele.
De lá, a trupe, com aspecto de cortejo reunindo elementos de festa, carnaval e teatro, percorreu mais cinco prédios, onde um dia funcionaram o Cine Moderno, Cine Samburá, Cine-Theatro Majestic-Palace, Cine Diogo, e o São Luis.
Com um retroprojetor fixado em um carro, o grupo exibia nas fachadas dos prédios imagens nostálgicas dos filmes exibidos em cada um dos cinemas, assim como também a sua fachada externa na época de funcionamento. "Aqui em Fortaleza, a gente criou animações específicas para cada um dos seis cinemas onde a gente interveio", explicou a cineasta e professora do Curso de Multimídia do Núcleo Avançado de Educação (Nave) - VisionLab - PUC/Rio, Paola Barreto, e idealizadora do Projeto.
Memórias
Segundo explica, seu trabalho faz parte de uma memória, do desejo que a história relacionada ao local não se perca com o tempo. "Para fazer isso, é preciso mapear o território, e isso é feito a partir de conversas com pessoas que se lembram, com pesquisadores que se dedicam a estudar isso, ou através da sua própria lembrança. Eu vi várias salas de cinema do Rio acabarem, e comecei minhas atividades como cinéfila me criando nessas salas que hoje não existem mais", esclarece Paola Barreto.
O projeto, em Fortaleza, ocorreu a convite do curso de pós-graduação em Arte da Universidade Federal do Ceará (UFC), fechando a semana de lançamento do programa do curso. Além de Fortaleza, o Cine Fantasma percorreu a cidade do Rio de Janeiro, no mês de março, e segue para São Paulo na próxima semana.
Projeto Cine Fantasma chega a Fortaleza para recontar a história das extintas salas de cinema do Centro da Cidade
DIVULGAÇÃO
Projeções do Cine Fantasma no Rio de Janeiro: ação aponta para o contexto urbano que tem levado à extinção dos cinemas de rua
Houve um tempo em que o Centro de Fortaleza abrigava importantes salas de cinema. Nem é preciso muita idade para relembrar isso. Trinta e poucos anos já basta. Quem tem mais do que isso, também deve lembrar das luxuosas exibições do Cine São Luiz, com o público chegando de fraque ou vestido longo. Com o tempo, essa pompa foi sumindo e o público migrando para as salas dos shopping centers. No coração da Cidade, os cinemas foram sendo abandonados, modificados, sendo usados para outros fins. E aquele público, que outrora tirava a tarde para um cineminha no Diogo ou no Jangada, virou fantasma.
Para evitar que essa memória se perca, alguns desses fantasmas voltam hoje a tomar conta do Centro. Quem tiver coração fraco ou medo de assombração, pode ficar tranquilo porque esses são fantasmas do bem. Idealizado pela doutoranda em Artes Visuais da UFRJ, Paola Barreto, o projeto Cine Fantasma nasceu no Rio de Janeiro, mas já recebeu propostas para viajar para várias cidades brasileiras.
A proposta do Cine Fantasma é impactar os passantes com uma movimentação em torno da memória dessas salas e da própria cidade. Para isso, eles começam com um cortejo, que aqui vai passar pelos locais onde, antes, funcionavam os cinemas Jangada, São Luiz, Majestic, Fortaleza, Samburá e Diogo. Com a ajuda de um carro e de um projetor, o grupo vai reproduzir nas fachadas dos prédios fotos antigas, cartazes e cenas de filmes que um dia foram exibidos em cada um desses espaços.
“Esse projeto nasce de uma constatação de que as salas de cinemas de rua estão acabando. Elas já fizeram parte de muitas gerações, mas estão sendo extintas. No Rio, estamos vendo quarteirões sendo varridos pelas mudanças da cidade. É uma parte da memória que se perde”, explica Paola, por telefone. Aprovado no edital Coletivideia, o Cine Fantasma conta com uma equipe no Rio e com a ajuda de muita gente que fornece documentos, imagens e informações. Tudo isso é agrupado num “banco de dados paranormal” e disponibilizado no facebook e no blog do projeto.
Em Fortaleza, as atividades acontecem a convite da pós-graduação em Artes da UFC, que também montou uma equipe de pesquisadores que estão sendo orientados por Paola Barreto. “A ideia é montar equipes locais, com pessoas que tenham história com esses lugares e que comecem a trabalhar nessa perspectiva de pesquisa”, explica ela, que não esperava tanta repercussão para seu projeto. “O embrião do Cine Fantasma vem dessa saudade que eu tenho dos cinemas, mas é muito importante essa dimensão coletiva que o projeto tomou. Você começa a descobrir que todo mundo tem uma história de cinema pra contar”, continua.
No entanto, Paola ressalta que o Cine Fantasma não parte de uma ideia saudosista nem luta, simplesmente, para que as salas voltem a abrir. “Esse projeto trata também sobre o uso dos espaços da cidade. Gostaríamos de chegar numa valorização desses espaços que têm uma importância grande na construção da identidade das cidades. Não sei o que poderia se fazer com alguns deles, mas que não fosse um estacionamento”, acrescenta ela citando outras questões que permeiam a discussão, como a presença forte do cinema estrangeiro, as mudanças do contexto histórico e o download legal ou ilegal de filmes. “Alguma hora eu vou ter que parar com o Cine Fantasma porque tenho que escrever minha tese. Mas é o que eu digo aqui: você tem um cinema fechado? Tem imagens? Tem um carro? Um projetor? Vai lá e faz a mesma coisa”, provoca.
SERVIÇO
Cine Fantasma
O quê: cortejo e videointervenção nos antigos cinemas do Centro de Fortaleza
Escrevo a vocês pelo seguinte motivo: estou escrevendo uma dissertação pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFF sobre o primeiro cinema no Rio de Janeiro, isto é, o cinema que existia aqui no fim do século XIX e no início do século XX. Trata-se de pensar o movimento de migração do cinema para as salas de cinema, em 1907, como um processo de privatização da subjetividade que liga-se também à intervenção urbana promovida por Pereira Passos.
Creio que o projeto de vocês faz parte de, por assim dizer, uma segunda migração, das salas de cinema de rua para locais ascéticos como os Shoppings, o que se liga inevitavelmente à questão problema de meu trabalho, a privatização do sujeito.
Neste momento estou escrevendo sobre como as imagens contemporâneas podem trazer forças políticas que colocam em xeque tais movimentos de interiorização da subjetividade.
Estou fascinada pelas intervenções que vocês andam fazendo e gostaria muito de falar disto na minha dissertação. Creio que, que pelo caráter anárquico do projeto de vocês, não haveria questões de eu falar sobre isso. Ainda assim, gostaria de saber se haveria algum problema em eu escrever sobre vocês.
O nome Parangotela veio claro dos parangolés do anarquista Oiticica, onde o movimento era essencial para que a obra existisse. Movimento é liberdade, oposto da inércia e passividade, e a graça é que qualquer roupa, vestimenta, cobertura, é uma tela em si, sempre. Então, em 2012 fizemos uma roupa tela, gigante e branca, fantasmagórica!!! Quando vestida recebe projeções de filmes livres e chamadas para que o povo local saiba e vá nas sessões da MFL, mostra livre não só de formatos e gêneros, mas também de projeções em telas humanas pelas ruas dos centros do Rio e de São Paulo, em movimentos vivos que celebram a vida, o cinema e a liberdade de fazer e mostrar filmes! E calhou do Cine Fantasma ter tudo a ver com esta roupa tela móvel... daí que nas ações Cine Fantasma de Copacabana e da Cinelândia, lá esteve ela, vestida pelo gigante Luiz, a nossa feliz parangotela.
Debate Cine Fantasma na Mostra do Filme Livre 2013 - dia 12 de março de 2013 no cinema do Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro - Mesa com João Luiz Vieira, Tadeu Capistrano e Pablo de Soto. Mediação de Paola Barreto. Infelizmente o início do áudio está cortado, mas ainda assim temos mais de uma hora de conversa sobre a situação das salas de cinema no Brasil e no mundo hoje.
Os cinemas de rua, exatamente por sua localização privilegiada, coração dos bairros e seus cotidianos, são parte muito significativa da construção da identidade cultural de uma cidade e seu povo, sobretudo no Rio. Como bem disse Fernanda Torres ao #RioEuTeAmo, a sala de visitas do carioca é a rua: adoramos programas ao ar livre, aplaudimos o pôr do sol, caminhamos pelas esquinas do bairro que vivemos e amamos. Adoramos pé sujos com mesinhas na calçada. Adoramos ver gente.
Infelizmente, com o passar dos anos, os cariocas têm visto e vivido uma triste realidade: a crescente extinção dos nossos queridos cinemas de bairro. Podia-se ir a pé, sentar em poltronas vermelhas e comer pipoca do pipoqueiro da calçada. Esses cinemas, décadas atrás presentes em imponentes contruções e com salas que ultrapassavam mais de mil lugares, têm dado lugar a estabelecimentos que se desligam totalmente do seu passado cultural, como farmácias, estacionamentos, bingos, lojas e restaurantes. O Cine Copacabana, por exemplo, hoje em dia é uma academia de ginástica. O Cine Campo Grande virou um restaurante popular. O Cine Palácio, cuja arquitetura já se imagina pelo nome, encontra-se fechado sob especulação de virar um centro de convenções, o mesmo destino, aliás, do Cine Veneza, em Botafogo. Sem falar dos outros vários que estão às moscas, desativados e abandonados, em muitos cantos da cidade. A própria Cinelândia, área do centro da cidade que recebeu esse nome justamente pelo grande número de cinemas que reunia, hoje sobrevive apenas com o Odeon, e outras duas salas que exibem programação pornográfica.
E mergulhando nesse ideal nostálgico e saudosista, que povoa a lembrança de muitos cariocas, acontece o projeto Cine Fantasma, sob as rédeas de entusiastas e estudiosos da sétima arte. Resignificando o espaço público e resgatando sua paixão por esses lugares, a trupe organiza andanças em seu carango – carro equipado com um projetor abastecido de imagens igualmente nostálgicas – “assombrando” a cidade com projeções em fachadas de prédios onde originalmente funcionavam cinemas. Paola Barreto, idealizadora do projeto, falou com o #RioEuTeAmo e foi categórica ao destacar a importância desses espaços, principalmente para a vida de uma cidade tão aquecida culturalmente como o Rio de Janeiro. “Entendemos que hoje são novas arquiteturas, novas formas de compartilhamento de imagens. Os cinemas não ocupam mais o posto único de templos onde se pode entrar em contato com o universo dos filmes. Em um primeiro momento a televisão, depois o video cassete e o DVD, e atualmente a internet, multiplicam as possibilidades de acesso aos filmes, mas no cinema é diferente. Há uma dimensão a mais”, explica Paola. Em um acalorado debate sobre o tema, que aconteceu no CCBB há algumas semanas atrás, Olga Pereira Costa, uma economista por formação e roteirista por paixão, decretou que as poltronas vermelhas dos cinemas de rua a transportavam a algo que remetia o útero materno, ao seu aconchego e plenitude. E sobre essa atmosfera superior, Paola nos confirma, categórica: “os cinemas se configuram como espaços de sonho, além de serem espaços de construção do inconsciente coletivo”.
“O fato é que a expansão de interesses econômicos muitas vezes atropelam memória, afetividade e patrimônio histórico”, reflete a cineasta. Segundo ela, o Metro Boavista, na Rua do Passeio, que já foi a melhor sala da cidade, com uma tela panorâmica e sistema de som impecável para a época, está as traças, por exemplo. E a enumeração não para por aí: incontáveis bairros ficaram órfãos desses maravilhosos espaços. Decepção pura. Mas fiquemos calmos, pois nem tudo está perdido: ano passado foram anunciadas reformas em muitos cinemas da cidade, como o Cine Alfa, em Madureira, o Cine Guaraci, em Rocha Miranda, o Cine Paissandu, no Flamengo, e o Cine Olaria. Na mesma lista também está Cine Bruni, no Méier, para fazer companhia ao brilhante Imperator, que deu sorte e além de ser revitalizado como cinema, ganhou um centro cultural, com teatro, sala de exposições e um lindo terraço. Agora só nos resta saber se os projetos vão sair do papel, ou se quando o assunto é cinema, eles só vão ficar na ficção. É torcer e esperar.
Projeções buscando relembrar que existiam cinemas de rua em determinados locais, em outros tempos. Esta é a ideia do "Cine Fantasma", "uma série de videointervenções urbanas que ocupa espaços públicos ao ar livre, e acontece em locais que já abrigaram, um dia, salas de cinema", de acordo com o site oficial. As intervenções, que contaram com o patrocinio do Edital Coletividea, foram realizadas no Rio de Janeiro, nos dias 20 de fevereiro e 13 de março na Cinelândia, e nos dias 6 e 21 de março em Copacabana, como parte da programação da Mostra do Filme Livre.
O SRZD entrou em contato com a idealizadora do projeto para entender melhor os objetivos da intervenção. O "Cine Fantasma" é parte da pesquisa acadêmica "Cartografias espaço-temporais: Cinema Vivo", que a artista Paola Barreto está realizando no Doutorado em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "O objetivo do projeto é chamar a atenção para o desaparecimento das salas de bairro, e para o fenômeno cada vez mais comum e disseminado de as opções de lazer serem oferecidas em espaços fechados, como shoppings, por exemplo, em função da cultura da insegurança que domina as cidades hoje em dia", ela afirma.
A organizadora destaca, também, que "os cinemas de rua são importantes como traço característico de um espaço específico, e contribuem para a formação da identidade de um lugar, de uma comunidade, assim como o comércio de bairro, a vendinha, a quitanda e tantos outros lugares que parecem estar desaparecendo diante de um movimento global de uniformização das cidades". Segundo ela, as lojas de departamentos, os shoppings centers e outras redes de comércio não estão necessariamente ligados à comunidade, mas à expansão de interesses econômicos que muitas vezes atropelam memória, afetividade e patrimônio histórico. No caso dos cinemas, haveria uma dimensão a mais, pois eles se configurariam, também, como espaços de sonho e de construção do inconsciente coletivo.
"Não esperávamos que o projeto atingisse a repercussão que teve em tão pouco tempo", afirma Paola. A artista pretende realizar novas intervenções em Fortaleza e em São Paulo no mês de abril, e no segundo semestre no bairro carioca da Tijuca. "Enquanto existirem salas sendo extintas e pessoas lembrando, a célula fantasma mantém-se viva", conclui a responsável pelo "Cine Fantasma".
Cine Fantasma projeta imagens nas fachadas de antigas salas da cidade
Rio - O clima é de suspense. Exatamente por isso, o Cine Fantasma não marca datas para suas aparições pela cidade. “Assombrações não avisam quando vão aparecer”, justifica Paola Barreto, idealizadora do projeto. Mas não se trata de nada sobrenatural e sim de projeções em fachadas de antigos cinemas, com trechos de filmes que já foram exibidos ali ou imagens das finadas salas cinematográficas.
Intervenção urbana do Cine Fantasma, com projeções na fachada | Foto: Divulgação
A intervenção urbana acontece da seguinte forma: em um cortejo em movimento, com um motorista no carro, um operador para o projetor e uma câmera registrando tudo, as memórias dos antigos cinemas de rua são relembradas e chamam a atenção dos pedestres. “Entendi que o projeto não é individual, mas coletivo, pois toca em questões de memória, história, patrimônio material e imaterial, distribuição cinematográfica, ocupação do espaço público, arquitetura dos bairros, resistência cultural, entre outras tantas dimensões”, avalia Paola.
Depois de um edital para realizar intervenções urbanas, em janeiro deste ano, o Cine Fantasma ganhou corpo e, desde então, assombra esporadicamente os endereços de extintas casas exibidoras, como o Cinema Art Copacabana, que leva o nome do bairro onde existiu. “É tocante perceber como o hábito de frequentar cinemas de bairro formou boa parte da identidade urbana de alguns locais”, comenta a idealizadora do projeto.
Mas Paola e sua turma não estão sozinhos quando se trata do desejo de resgatar esses locais. Marcia Mansur, da RioFilme, também levanta essa bandeira. Ela é gerente de planejamento do projeto CineCarioca, que visa se apropriar de várias casas cinematográficas fechadas pela Zona Norte, como em Ramos, Madureira, Rocha Miranda, Engenho Novo, Méier, Cachambi e Vaz Lobo. Além da tentativa de ‘ressurreição’, o projeto pretende levar novas salas a lugares carentes da sétima arte.
“Estamos em uma etapa de estudos e procurando operadores que tenham interesse em investir nesses locais. Queremos trabalhar a memória afetiva desses lugares. É uma política de fomento do patrimônio da cidade, mas ainda precisamos de uma finalização de recursos financeiros”, explica Marcia. O projeto CineCarioca é realizado em parceria com a Subsecretaria de Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Cultura.
Abaixo a íntegra da entrevista, concedida por mail, para o Jornal o Dia.
Quem foi o idealizador e como surgiu o projeto?
Cine Fantasma é parte da pesquisa acadêmica "Cartografias espaço-temporais: Cinema Vivo" que estou realizando no Doutorado em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Num primeiro momento o projeto surge ligado às memórias da minha infância e adolescência, e também à minha formação como cinéfila e cineasta. Ao perceber a forma como o Cine Fantasma afeta uma multitude de gentes, de classes sociais, gerações e origens distintas, pude entender que não era um projeto individual, mas coletivo, que toca em questões de memória, história, patrimônio material e imaterial, distribuição cinematográfica, ocupação do espaço público, arquitetura dos bairros, resistência cultural, entre outras tantas dimensões.
Como podemos saber onde e quando será o próximo evento?
O próximo evento será em Fortaleza dia 05/04.
Quando começou?
Escrevi o projeto em uma residência artística na NUVEM, em Visconde de Mauá, no verão de 2012. Em dezembro de 2012 ele começou a ser realizado, através de uma parceria com a Mostra do Filme Livre e a WSET Produções. Em janeiro de 2103 ganhamos um edital para intervenções urbanas, o Coletividea, e o trabalho ganhou corpo.
Quantas pessoas são necessárias para realizar as projeções? Como é feita a logística?
Para o formato do cortejo em movimento: um motorista no carro, um operador para o projetor, um editor no computador com software de VJ, um camera registrando o cortejo, um reporter com microfone, um mapeamento de fachadas de cinema que não estão mais em atividade, pessoas na rua, gerador de energia.
O que exatamente vocês procuram mostrar nos vídeos? De quem partem as ideias do que passa na projeção?
Nos videos procuramos criar, através de técnicas de remix, imagens que "reavivem" a memória coletiva associada a um dado espaço. Lançamos enquetes no FB: que filmes você viu aqui? Que histórias viveu nesse cinema? Procuramos fotografias - fachada e interior - cartazes e titulos de filmes exibidos ali, fazemos animações que recriem luzes em neon de letreiros que um dia iluminaram aquela fachada.
O que vocês perguntam ao abordar as pessoas? Como elas costumam responder? Alguma chamou a atenção?
É tocante perceber como o imaginário da cidade passa pelas salas de cinema no século XX; como o hábito de frequentar cinemas de bairro formou boa parte da identidade urbana de alguns locais. Compartilhar memórias, compartilhar imaginários, compartilhar estar na rua, mergulhar na construção de um inconsciente coletivo atravessado pelo cinema é o que orienta nossas abordagens. Doméstica que nunca foi ao cinema, dono de sorveteria cinéfilo, administrador de empresa recém-chegado ao Rio e que já descobriu o cine Roxy... são muitos que com suas lembranças e sonhos, deixam suas impressões no Cine Fantasma.
Quantas pessoas estão diretamente envolvidas com o projeto?
O edital Coletividea permitiu que contratássemos uma equipe para realizar as ações no Rio. Montamos uma equipe com 10 pessoas. Em Fortaleza seremos também 10 pessoas, com o apoio da Universidade Federal do Ceará. Mas tem uma parte que é muito dificil de medir que é a da participacao on line. Temos 2 mil seguidores na página facebook.com/cinefantasma, alguns contribuem muito e tornaram-se parceiros importantissimos.
E indiretamente? Alguma ideia? (entre seguidores nas redes sociais, parceiros, etc)
Acho que já respondi ... Sem falar nos fantasmas, espíritos e almas de toda sorte que nos assombram, inspiram, iluminam...
Você sabe de alguém que tenha tomado a mesma iniciativa após entrar em contato com vocês?
Eu costumo dizer, quando me falam "Poxa, mas vocês não vão assombrar tal cinema?" Eu respondo : "Quer fazer? Vai lá!" Qualquer um pode fazer, escrevi isso no nosso blog cinefantasma.net. O cinema acabou? Não existe mais, foi demolido, virou loja de departamentos, estacionamento, igreja? Alguém lembra como era? Tem fotografia? Tem video? Tem memória? Tem história? Tem projetor? Liga tudo na energia e projeta! O Cine Excelsior de Juiz de Fora, que está sendo barbaramente transformado em um estacionamento, inspirou um video relâmpago que fiz uma noite, misturando imagens de filmes exibidos ali e fotos da demolição. Sugeri que fizessem projeções fantasmagóricas, não sei se eles têm planos para isso. Em Niterói também, com várias salas desativadas e a publicação recente do livro do Rafael de Luna, tem contexto para um movimento de assombração aparecer.
Para você, o que as pessoas mais perdem com a diminuição dos cinemas de rua?
A possibilidade de um lazer que não é associado a shopping, carro, estacionamento.
O que as pessoas buscam quando vão ao cinema atualmente?
Boa pergunta! É o que realizadores e produtores não se cansam de se indagar.
Você acha que a visão do que é cinema e o que esperar de um filme mudou com o avanço da tecnologia?
Com toda certeza. Mas é importante lembrar que o que seja o cinema é uma pergunta que atravessa toda a sua história, não é um privilégio de nossos tempos digitais. Desde sua invenção no final do séxulo XIX o cinema surge como um meio em disputa, entre mágicos, charlatães, homens de ciências e artes. Há um modelo de cinema hegemônico, que se estabelece com a linguagem clássica que vai determinar boa parte da produção industrial de filmes ao longo do século XX. Mas há muitas outras formas de cinema, fantasmagorias, instalações, projeções e experimentos que se desenvolveram na paralela, e que hoje, com a facilidade de acesso e o barateamento da tecnologia estão explodindo por aí. O Cine Fantasma é um deles. Um pós cinema, ou, já que estamos falando de fantasmas, um cinema do além.
Se as pessoas tivessem mais acesso a filmes clássicos, debates, livros e referências elas se interessariam mais? Continuariam consumindo o mesmo tipo de conteúdo, na sua opinião?
Não acho que tenhamos exatamente um problema de acesso hoje, se considerarmos a disponibilidade de milhares de títulos na internet . Gosto de pensar que perdemos assentos, nas salas, mas ganhamos acessos, nas redes. Acho que sim, promover debate, reflexão e obras de referência é muito importante, e situo meu trabalho, como artista, pesquisadora e professora justamente aí.
Você indicaria mais alguém com quem possamos conversar? Talvez alguém que tenha iniciado a mesma ou outra atitude a ver a iniciativa de vocês.
Sim, procurem o pessoal do Cine Excelsior de Juiz de Fora e a galera do Cine Já de Niterói.
Mais uma vez, obrigada pela ajuda
Eu é que agradeço.
Mais algumas perguntinhas:
Essas intervenções começarão agora com a Mostra do Filme Livre?
Sim.
Se não, quantas projeções foram feitas até hoje?
Já foram feitos 3 cortejos de assombração, duas vezes em Copacabana, cobrindo 8 extintos cinemas e 1 vez na Cinelândia, percorrendo 11.
Quantas ainda pretendem fazer durante este mês?
Mais uma noite na Cinelândia.
Que horas normalmente acontecem as projeções?
Entre 21h e meia noite.
Por que vocês guardam segredo a respeito de onde serão as intervenções?
Fantasmas não avisam onde vão aparecer, fantasmas assombram simplesmente. E nossa intenção é movimentar o entorno de um espaço que perdeu cinema, conversar com as pessoas que transitam por ali, moram, frequentam, passam. Se fizermos uma auê muito grande e levarmos um "público" nosso estaremos traindo essa motivacão inicial. Não é um produto para espectadores, mas a produção de uma experiência em um lugar.
Mês passado o Coletivo Fantasma foi contactado por Gabriel Menotti, Pesquisador e Professor da UFES, com a proposta de realizar uma versão instalativa do Cine Fantasma no Casarão Cerqueira Lima, em Vitória/ES. Foi um grande prazer e ao mesmo tempo um desafio elaborar um projeto capaz de adaptar para um interior as ideias que alimentam e atravessam esta série de intervenções urbanas. A proposta, batizada por Menotti de "Casarão Assombrado" foi inscrita por ele e pela produtora Clara Sampaio em um Edital capixaba, mas não ficou entre as vencedoras. Muá! Mas, como se diz: perdemos um edital, mas não perdemos a guerra! "Casarão Assombrado" segue numa espécie de limbo, ou entre-lugar, onde estariam os seres que não estão nem vivos, nem mortos, mas esperam a hora de encarnar - ou re-encarnar? Quem sabe a publicação, por aqui, atraia novas possibilidades para sua realização? Buuu!
Chamada para acompanhar o Cine Fantasma no Canal Curta!
Não tem hora para ser exibida.
Tem que estar sintonizado para ver!
Que nem assombração: só quem estive conectado consegue captar... Buuuu!
Fantasmagoria também é bruxaria... Hoje completam-se três meses que Cine Fantasma encarnou e a data coincide com o equinócio de outono, aniversário da Terra. Vamos celebrar com um passeio no Ônibus Carbono Neutro, sem esquecer que o carbono talvez seja um dos grandes ícones da fantasmagoria na ciência: é o carbono o que atesta a idade e as vidas passadas da matéria... Bu!
Em 20 de junho, às vésperas do Solstício de Inverno, vamos promover uma grande festa Carbono Fantasma. Aguardem!
Eu queria agradecer o convite, é um enorme prazer estar hoje nesta mesa sobre Cinema Fantasma com gente que tem opiniões tão originais e estudadas sobre o cinema.
-
Quando Paola começou a publicar na web do Cine Fantasma todas essas imagens de arquivo dos cinemas antigos do Brasil, lembrei de minha experiência nos Cinemas de Rua na cidade do norte da Espanha onde eu fui criança e adolescente.
Ao final dos anos 80, costumava ir ao cinema com meus pais, ou com meus amigos, ou com meus avós, pelo menos uma vez por semana, às vezes mais.
-
Como em quase todo o mundo, a partir dos anos 90 esses cinemas-teatro foram fechando e mudando de uso. O antigo Robledo - a imagem na tela - foi vítima da globalização e agora é um local de comidas não muito saudáveis.
Outros dois cinemas de rua parecidos foram convertidos em lojas de cosméticos.
Mas pensando numa perspectiva mais ampla. Como mudou nossa experiencia com o cinema?
Com certeza perdemos (não completamente, mas 95%) a experiência de desfrutar do cinema dentro de uma bela arquitetura em um prédio de uso exclusivo.
Mas, o que mudou positivamente neste tempo? O que se ganhou?
-
Ganhamos o acesso a uma arquitetura digital formidável.
Uma combinação de hardware, software e redes que começa com os protocoolos de internet - o TCP/IP - desenhados como uma arquitetura libertária e promíscua, onde todos os pacotes de informação são tratados de igual forma, independente de quem os envia.
Graças aos hackers foi possível o que era um sonho antes para qualquer cinéfilo: acessar filmes de todo o mundo, maioritários e minoritários.
Então eu queria trazer a esta mesa redonda umas palavras sobre a arquitetura de The Pirate Bay, a maior plataforma de compartilhamento de arquivos (e por conseguinte de filmes) do mundo.
–
Fundado em 2003 pela organização anti-direitos autorais Piratbyran, o Pirate Bay tem entre 22 e 24 millones de usuarios simultaneos é detentor de cerca de 50% de todo o conteúdo compartilhado na web via torrent..
Para os leigos, torrent é o nome dado à extensão de arquivos de transferência do tipo P2P (peer to peer). Seus usuários compartilham via download e upload arquivos de filmes, música e também software livre como distribuições de linux.
Da maneira como o site funciona, - nesses computadores da imagem na tela - não estão os filmes, mas os “trackers”, que são as instruções para que os pacotes de informação encontrem seus destinos pela rede.
É importante lembrar que esta forma democrática de distribuição de conteúdo não foi criada nem por uma multinacional nem por uma universidade ou projeto de pesquisa, mas por dois geeks de softaware livre da Suécia.
Via o site da Pirate Bay, eu descarreguei centenas de filmes na última década. Mas é importante deixar claro que neste período eu nunca abandonei as salas de cinema.
A digitalização e as redes de compartilhamento só enriquecem a experiência para os amantes do cinema.
-
Mais obviamente The Pirate Bay é muito conflituoso, ele enfrenta a estratégia empresarial de criação de escasez artificial no mundo digital do capitalismo cognitvo.
No ano 2006 os servidores foram requisitados pela polícia sueca por pressão do Governo dos Estados Unidos (uma historia que retrata o film “Steal this Film”)
Para ter maior proteção depois desse incidente, o Partido Pirata da Suécia amparou politicamente o projeto e os servidores foram mudados para a Montanha Branca - a imagem agora no projetor - um bunker em Estocolmo construído nos anos 50s para alojar o governo em caso de guerra nuclear.
A historia dos três co-fundadores de Pirate Bay enfrentando no seu cotidiano as batalhas judiciais com a grande mídia de entretenimento (principalmente Hollywood e a indústria musical) é retratada no documentário “The Pirate Bay: Away From Keyboard”.
Exibido na edição passada da Berlinale, o filme foi evidentemente disponibilizado na íntegra na internet no site de The Pirate Bay .
O filme é um verdadeiro registro do nosso tempo, retratando de maneira bastante precisa o embate entre a velha indústria, marcada pela sua forma de produzir e distribuir bens culturais, e os novos hábitos de consumo.
No momento, os três fundadores cumprem penas de 8 mese a 1 ano de prisão, mas o Pirate Bay continua a todo vapor.
No final do ano passado a plataforma deu um passo mais em sua invisibilidade e se converteu em um fantasma nas redes de datos, un prodígio de engenharia técnica que, como alguns experts apontam, será o futuro do armazenamento online.
Para evitar qualquer tipo de invasão física que ocasione o interrompimento de seus serviços, o Pirate Bay resolveu migrar todos os seus arquivos para a “nuvem”.
A nova arquitetura fantasma usa uma configuração basada en 17 máquinas virtuais, situadas em 2 provedores em diferentes continentes.
Eu queria finalizar lendo o que eles mesmos escrevem em seu blog:
A Nuvem Pirata
Então, primeiro nós abandonamos os trackers. Então, nos livramos dos torrents. E agora? Agora nos livramos dos servidores. Lenta e progressivamente estamos nos livrando de nossa forma terrena e subindo para a próxima fase, a nuvem. A nuvem, ou Brahman como os hindus chamam, é o tudo, tudo ao redor. Ela está em toda parte; imaterial, mas muito real. Se há dados, há o “The Pirate Bay”. Nossos dados fluem em milhares de nuvens, em formas profundamente criptografadas, prontos para ser utilizados quando necessário. Preso à terra por nós que transformam os dados em criptografados estabelecendo um impasse, se não for usado por 8 horas serao reiniciados. Todas as tentativas de atacar o “The Pirate Bay” a partir de agora é um ataque a tudo e a nada. O site que você está agora ainda estará aqui, por tanto tempo quanto nós queremos que ele esteja. Somente em uma forma superior de ser. Uma realidade para nós. Um fantasma para aqueles que desejam nos prejudicar. Adaptar-se ou ser esquecido para sempre sob os véus de maya.