O nome Parangotela veio claro dos parangolés do anarquista Oiticica, onde o movimento era essencial para que a obra existisse. Movimento é liberdade, oposto da inércia e passividade, e a graça é que qualquer roupa, vestimenta, cobertura, é uma tela em si, sempre. Então, em 2012 fizemos uma roupa tela, gigante e branca, fantasmagórica!!! Quando vestida recebe projeções de filmes livres e chamadas para que o povo local saiba e vá nas sessões da MFL, mostra livre não só de formatos e gêneros, mas também de projeções em telas humanas pelas ruas dos centros do Rio e de São Paulo, em movimentos vivos que celebram a vida, o cinema e a liberdade de fazer e mostrar filmes! E calhou do Cine Fantasma ter tudo a ver com esta roupa tela móvel... daí que nas ações Cine Fantasma de Copacabana e da Cinelândia, lá esteve ela, vestida pelo gigante Luiz, a nossa feliz parangotela.
domingo, 31 de março de 2013
sábado, 30 de março de 2013
Debate Fantasma
Debate Cine Fantasma na Mostra do Filme Livre 2013 - dia 12 de março de 2013 no cinema do Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro - Mesa com João Luiz Vieira, Tadeu Capistrano e Pablo de Soto. Mediação de Paola Barreto. Infelizmente o início do áudio está cortado, mas ainda assim temos mais de uma hora de conversa sobre a situação das salas de cinema no Brasil e no mundo hoje.
quinta-feira, 28 de março de 2013
Cinema de rua, eu te amo!
A queda e a retomada dos cinemas de rua
27/03/2013
Os cinemas de rua, exatamente por sua localização privilegiada, coração dos bairros e seus cotidianos, são parte muito significativa da construção da identidade cultural de uma cidade e seu povo, sobretudo no Rio. Como bem disse Fernanda Torres ao #RioEuTeAmo, a sala de visitas do carioca é a rua: adoramos programas ao ar livre, aplaudimos o pôr do sol, caminhamos pelas esquinas do bairro que vivemos e amamos. Adoramos pé sujos com mesinhas na calçada. Adoramos ver gente.
Infelizmente, com o passar dos anos, os cariocas têm visto e vivido uma triste realidade: a crescente extinção dos nossos queridos cinemas de bairro. Podia-se ir a pé, sentar em poltronas vermelhas e comer pipoca do pipoqueiro da calçada. Esses cinemas, décadas atrás presentes em imponentes contruções e com salas que ultrapassavam mais de mil lugares, têm dado lugar a estabelecimentos que se desligam totalmente do seu passado cultural, como farmácias, estacionamentos, bingos, lojas e restaurantes. O Cine Copacabana, por exemplo, hoje em dia é uma academia de ginástica. O Cine Campo Grande virou um restaurante popular. O Cine Palácio, cuja arquitetura já se imagina pelo nome, encontra-se fechado sob especulação de virar um centro de convenções, o mesmo destino, aliás, do Cine Veneza, em Botafogo. Sem falar dos outros vários que estão às moscas, desativados e abandonados, em muitos cantos da cidade. A própria Cinelândia, área do centro da cidade que recebeu esse nome justamente pelo grande número de cinemas que reunia, hoje sobrevive apenas com o Odeon, e outras duas salas que exibem programação pornográfica.
E mergulhando nesse ideal nostálgico e saudosista, que povoa a lembrança de muitos cariocas, acontece o projeto Cine Fantasma, sob as rédeas de entusiastas e estudiosos da sétima arte. Resignificando o espaço público e resgatando sua paixão por esses lugares, a trupe organiza andanças em seu carango – carro equipado com um projetor abastecido de imagens igualmente nostálgicas – “assombrando” a cidade com projeções em fachadas de prédios onde originalmente funcionavam cinemas. Paola Barreto, idealizadora do projeto, falou com o #RioEuTeAmo e foi categórica ao destacar a importância desses espaços, principalmente para a vida de uma cidade tão aquecida culturalmente como o Rio de Janeiro. “Entendemos que hoje são novas arquiteturas, novas formas de compartilhamento de imagens. Os cinemas não ocupam mais o posto único de templos onde se pode entrar em contato com o universo dos filmes. Em um primeiro momento a televisão, depois o video cassete e o DVD, e atualmente a internet, multiplicam as possibilidades de acesso aos filmes, mas no cinema é diferente. Há uma dimensão a mais”, explica Paola. Em um acalorado debate sobre o tema, que aconteceu no CCBB há algumas semanas atrás, Olga Pereira Costa, uma economista por formação e roteirista por paixão, decretou que as poltronas vermelhas dos cinemas de rua a transportavam a algo que remetia o útero materno, ao seu aconchego e plenitude. E sobre essa atmosfera superior, Paola nos confirma, categórica: “os cinemas se configuram como espaços de sonho, além de serem espaços de construção do inconsciente coletivo”.
“O fato é que a expansão de interesses econômicos muitas vezes atropelam memória, afetividade e patrimônio histórico”, reflete a cineasta. Segundo ela, o Metro Boavista, na Rua do Passeio, que já foi a melhor sala da cidade, com uma tela panorâmica e sistema de som impecável para a época, está as traças, por exemplo. E a enumeração não para por aí: incontáveis bairros ficaram órfãos desses maravilhosos espaços. Decepção pura. Mas fiquemos calmos, pois nem tudo está perdido: ano passado foram anunciadas reformas em muitos cinemas da cidade, como o Cine Alfa, em Madureira, o Cine Guaraci, em Rocha Miranda, o Cine Paissandu, no Flamengo, e o Cine Olaria. Na mesma lista também está Cine Bruni, no Méier, para fazer companhia ao brilhante Imperator, que deu sorte e além de ser revitalizado como cinema, ganhou um centro cultural, com teatro, sala de exposições e um lindo terraço. Agora só nos resta saber se os projetos vão sair do papel, ou se quando o assunto é cinema, eles só vão ficar na ficção. É torcer e esperar.
quarta-feira, 27 de março de 2013
Repercussão na web
'Cine Fantasma' relembra e defende cinemas de rua
Ana Luiza Albuquerque | Cinema | 26/03/2013 19h08
Projeções buscando relembrar que existiam cinemas de rua em determinados locais, em outros tempos. Esta é a ideia do "Cine Fantasma", "uma série de videointervenções urbanas que ocupa espaços públicos ao ar livre, e acontece em locais que já abrigaram, um dia, salas de cinema", de acordo com o site oficial. As intervenções, que contaram com o patrocinio do Edital Coletividea, foram realizadas no Rio de Janeiro, nos dias 20 de fevereiro e 13 de março na Cinelândia, e nos dias 6 e 21 de março em Copacabana, como parte da programação da Mostra do Filme Livre.
O SRZD entrou em contato com a idealizadora do projeto para entender melhor os objetivos da intervenção. O "Cine Fantasma" é parte da pesquisa acadêmica "Cartografias espaço-temporais: Cinema Vivo", que a artista Paola Barreto está realizando no Doutorado em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "O objetivo do projeto é chamar a atenção para o desaparecimento das salas de bairro, e para o fenômeno cada vez mais comum e disseminado de as opções de lazer serem oferecidas em espaços fechados, como shoppings, por exemplo, em função da cultura da insegurança que domina as cidades hoje em dia", ela afirma.
A organizadora destaca, também, que "os cinemas de rua são importantes como traço característico de um espaço específico, e contribuem para a formação da identidade de um lugar, de uma comunidade, assim como o comércio de bairro, a vendinha, a quitanda e tantos outros lugares que parecem estar desaparecendo diante de um movimento global de uniformização das cidades". Segundo ela, as lojas de departamentos, os shoppings centers e outras redes de comércio não estão necessariamente ligados à comunidade, mas à expansão de interesses econômicos que muitas vezes atropelam memória, afetividade e patrimônio histórico. No caso dos cinemas, haveria uma dimensão a mais, pois eles se configurariam, também, como espaços de sonho e de construção do inconsciente coletivo.
"Não esperávamos que o projeto atingisse a repercussão que teve em tão pouco tempo", afirma Paola. A artista pretende realizar novas intervenções em Fortaleza e em São Paulo no mês de abril, e no segundo semestre no bairro carioca da Tijuca. "Enquanto existirem salas sendo extintas e pessoas lembrando, a célula fantasma mantém-se viva", conclui a responsável pelo "Cine Fantasma".
segunda-feira, 25 de março de 2013
Caderno D - Jornal O Dia - 25/03/2013
Cine Fantasma projeta imagens nas fachadas de antigas salas da cidade
Intervenção urbana do Cine Fantasma, com projeções na fachada | Foto: Divulgação
Mas Paola e sua turma não estão sozinhos quando se trata do desejo de resgatar esses locais. Marcia Mansur, da RioFilme, também levanta essa bandeira. Ela é gerente de planejamento do projeto CineCarioca, que visa se apropriar de várias casas cinematográficas fechadas pela Zona Norte, como em Ramos, Madureira, Rocha Miranda, Engenho Novo, Méier, Cachambi e Vaz Lobo. Além da tentativa de ‘ressurreição’, o projeto pretende levar novas salas a lugares carentes da sétima arte.
“Estamos em uma etapa de estudos e procurando operadores que tenham interesse em investir nesses locais. Queremos trabalhar a memória afetiva desses lugares. É uma política de fomento do patrimônio da cidade, mas ainda precisamos de uma finalização de recursos financeiros”, explica Marcia. O projeto CineCarioca é realizado em parceria com a Subsecretaria de Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Cultura.
domingo, 24 de março de 2013
Respondendo às perguntas da Reporter do Jornal O DIA
Abaixo a íntegra da entrevista, concedida por mail, para o Jornal o Dia.
Mais algumas perguntinhas:
Quem foi o idealizador e como surgiu o projeto?
Cine Fantasma é parte da pesquisa acadêmica "Cartografias espaço-temporais: Cinema Vivo" que estou realizando no Doutorado em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Num primeiro momento o projeto surge ligado às memórias da minha infância e adolescência, e também à minha formação como cinéfila e cineasta. Ao perceber a forma como o Cine Fantasma afeta uma multitude de gentes, de classes sociais, gerações e origens distintas, pude entender que não era um projeto individual, mas coletivo, que toca em questões de memória, história, patrimônio material e imaterial, distribuição cinematográfica, ocupação do espaço público, arquitetura dos bairros, resistência cultural, entre outras tantas dimensões.
Como podemos saber onde e quando será o próximo evento?
O próximo evento será em Fortaleza dia 05/04.
Quando começou?
Escrevi o projeto em uma residência artística na NUVEM, em Visconde de Mauá, no verão de 2012. Em dezembro de 2012 ele começou a ser realizado, através de uma parceria com a Mostra do Filme Livre e a WSET Produções. Em janeiro de 2103 ganhamos um edital para intervenções urbanas, o Coletividea, e o trabalho ganhou corpo.
Quantas pessoas são necessárias para realizar as projeções? Como é feita a logística?
Para o formato do cortejo em movimento: um motorista no carro, um operador para o projetor, um editor no computador com software de VJ, um camera registrando o cortejo, um reporter com microfone, um mapeamento de fachadas de cinema que não estão mais em atividade, pessoas na rua, gerador de energia.
O que exatamente vocês procuram mostrar nos vídeos? De quem partem as ideias do que passa na projeção?
Nos videos procuramos criar, através de técnicas de remix, imagens que "reavivem" a memória coletiva associada a um dado espaço. Lançamos enquetes no FB: que filmes você viu aqui? Que histórias viveu nesse cinema? Procuramos fotografias - fachada e interior - cartazes e titulos de filmes exibidos ali, fazemos animações que recriem luzes em neon de letreiros que um dia iluminaram aquela fachada.
O que vocês perguntam ao abordar as pessoas? Como elas costumam responder? Alguma chamou a atenção?
É tocante perceber como o imaginário da cidade passa pelas salas de cinema no século XX; como o hábito de frequentar cinemas de bairro formou boa parte da identidade urbana de alguns locais. Compartilhar memórias, compartilhar imaginários, compartilhar estar na rua, mergulhar na construção de um inconsciente coletivo atravessado pelo cinema é o que orienta nossas abordagens. Doméstica que nunca foi ao cinema, dono de sorveteria cinéfilo, administrador de empresa recém-chegado ao Rio e que já descobriu o cine Roxy... são muitos que com suas lembranças e sonhos, deixam suas impressões no Cine Fantasma.
Quantas pessoas estão diretamente envolvidas com o projeto?
O edital Coletividea permitiu que contratássemos uma equipe para realizar as ações no Rio. Montamos uma equipe com 10 pessoas. Em Fortaleza seremos também 10 pessoas, com o apoio da Universidade Federal do Ceará. Mas tem uma parte que é muito dificil de medir que é a da participacao on line. Temos 2 mil seguidores na página facebook.com/cinefantasma, alguns contribuem muito e tornaram-se parceiros importantissimos.
E indiretamente? Alguma ideia? (entre seguidores nas redes sociais, parceiros, etc)
Acho que já respondi ... Sem falar nos fantasmas, espíritos e almas de toda sorte que nos assombram, inspiram, iluminam...
Você sabe de alguém que tenha tomado a mesma iniciativa após entrar em contato com vocês?
Eu costumo dizer, quando me falam "Poxa, mas vocês não vão assombrar tal cinema?" Eu respondo : "Quer fazer? Vai lá!" Qualquer um pode fazer, escrevi isso no nosso blog cinefantasma.net. O cinema acabou? Não existe mais, foi demolido, virou loja de departamentos, estacionamento, igreja? Alguém lembra como era? Tem fotografia? Tem video? Tem memória? Tem história? Tem projetor? Liga tudo na energia e projeta! O Cine Excelsior de Juiz de Fora, que está sendo barbaramente transformado em um estacionamento, inspirou um video relâmpago que fiz uma noite, misturando imagens de filmes exibidos ali e fotos da demolição. Sugeri que fizessem projeções fantasmagóricas, não sei se eles têm planos para isso. Em Niterói também, com várias salas desativadas e a publicação recente do livro do Rafael de Luna, tem contexto para um movimento de assombração aparecer.
Para você, o que as pessoas mais perdem com a diminuição dos cinemas de rua?
A possibilidade de um lazer que não é associado a shopping, carro, estacionamento.
O que as pessoas buscam quando vão ao cinema atualmente?
Boa pergunta! É o que realizadores e produtores não se cansam de se indagar.
Você acha que a visão do que é cinema e o que esperar de um filme mudou com o avanço da tecnologia?
Com toda certeza. Mas é importante lembrar que o que seja o cinema é uma pergunta que atravessa toda a sua história, não é um privilégio de nossos tempos digitais. Desde sua invenção no final do séxulo XIX o cinema surge como um meio em disputa, entre mágicos, charlatães, homens de ciências e artes. Há um modelo de cinema hegemônico, que se estabelece com a linguagem clássica que vai determinar boa parte da produção industrial de filmes ao longo do século XX. Mas há muitas outras formas de cinema, fantasmagorias, instalações, projeções e experimentos que se desenvolveram na paralela, e que hoje, com a facilidade de acesso e o barateamento da tecnologia estão explodindo por aí. O Cine Fantasma é um deles. Um pós cinema, ou, já que estamos falando de fantasmas, um cinema do além.
Se as pessoas tivessem mais acesso a filmes clássicos, debates, livros e referências elas se interessariam mais? Continuariam consumindo o mesmo tipo de conteúdo, na sua opinião?
Não acho que tenhamos exatamente um problema de acesso hoje, se considerarmos a disponibilidade de milhares de títulos na internet . Gosto de pensar que perdemos assentos, nas salas, mas ganhamos acessos, nas redes. Acho que sim, promover debate, reflexão e obras de referência é muito importante, e situo meu trabalho, como artista, pesquisadora e professora justamente aí.
Você indicaria mais alguém com quem possamos conversar? Talvez alguém que tenha iniciado a mesma ou outra atitude a ver a iniciativa de vocês.
Sim, procurem o pessoal do Cine Excelsior de Juiz de Fora e a galera do Cine Já de Niterói.
Mais uma vez, obrigada pela ajuda
Eu é que agradeço.
Mais algumas perguntinhas:
Essas intervenções começarão agora com a Mostra do Filme Livre?
Sim.
Se não, quantas projeções foram feitas até hoje?
Já foram feitos 3 cortejos de assombração, duas vezes em Copacabana, cobrindo 8 extintos cinemas e 1 vez na Cinelândia, percorrendo 11.
Quantas ainda pretendem fazer durante este mês?
Mais uma noite na Cinelândia.
Que horas normalmente acontecem as projeções?
Entre 21h e meia noite.
Por que vocês guardam segredo a respeito de onde serão as intervenções?
Fantasmas não avisam onde vão aparecer, fantasmas assombram simplesmente. E nossa intenção é movimentar o entorno de um espaço que perdeu cinema, conversar com as pessoas que transitam por ali, moram, frequentam, passam. Se fizermos uma auê muito grande e levarmos um "público" nosso estaremos traindo essa motivacão inicial. Não é um produto para espectadores, mas a produção de uma experiência em um lugar.
sábado, 23 de março de 2013
Casarão Assombrado...
Mês passado o Coletivo Fantasma foi contactado por Gabriel Menotti, Pesquisador e Professor da UFES, com a proposta de realizar uma versão instalativa do Cine Fantasma no Casarão Cerqueira Lima, em Vitória/ES. Foi um grande prazer e ao mesmo tempo um desafio elaborar um projeto capaz de adaptar para um interior as ideias que alimentam e atravessam esta série de intervenções urbanas. A proposta, batizada por Menotti de "Casarão Assombrado" foi inscrita por ele e pela produtora Clara Sampaio em um Edital capixaba, mas não ficou entre as vencedoras. Muá! Mas, como se diz: perdemos um edital, mas não perdemos a guerra! "Casarão Assombrado" segue numa espécie de limbo, ou entre-lugar, onde estariam os seres que não estão nem vivos, nem mortos, mas esperam a hora de encarnar - ou re-encarnar? Quem sabe a publicação, por aqui, atraia novas possibilidades para sua realização? Buuu!
quinta-feira, 21 de março de 2013
Tem Fantasma na TV!
Chamada para acompanhar o Cine Fantasma no Canal Curta!
Não tem hora para ser exibida.
Tem que estar sintonizado para ver!
Que nem assombração: só quem estive conectado consegue captar... Buuuu!
quarta-feira, 20 de março de 2013
Equinócio de Outono
Fantasmagoria também é bruxaria... Hoje completam-se três meses que Cine Fantasma encarnou e a data coincide com o equinócio de outono, aniversário da Terra. Vamos celebrar com um passeio no Ônibus Carbono Neutro, sem esquecer que o carbono talvez seja um dos grandes ícones da fantasmagoria na ciência: é o carbono o que atesta a idade e as vidas passadas da matéria... Bu!
Em 20 de junho, às vésperas do Solstício de Inverno, vamos promover uma grande festa Carbono Fantasma. Aguardem!
Em 20 de junho, às vésperas do Solstício de Inverno, vamos promover uma grande festa Carbono Fantasma. Aguardem!
quinta-feira, 14 de março de 2013
A Arquitectura Fantasma de The Pirate Bay
por Pablo de Soto
Para ter maior proteção depois desse incidente, o Partido Pirata da Suécia amparou politicamente o projeto e os servidores foram mudados para a Montanha Branca - a imagem agora no projetor - um bunker em Estocolmo construído nos anos 50s para alojar o governo em caso de guerra nuclear.
Artigos lidos:
Eu queria agradecer o convite, é um enorme prazer estar hoje nesta mesa sobre Cinema Fantasma com gente que tem opiniões tão originais e estudadas sobre o cinema.
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Quando Paola começou a publicar na web do Cine Fantasma todas essas imagens de arquivo dos cinemas antigos do Brasil, lembrei de minha experiência nos Cinemas de Rua na cidade do norte da Espanha onde eu fui criança e adolescente.
Ao final dos anos 80, costumava ir ao cinema com meus pais, ou com meus amigos, ou com meus avós, pelo menos uma vez por semana, às vezes mais.
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Como em quase todo o mundo, a partir dos anos 90 esses cinemas-teatro foram fechando e mudando de uso. O antigo Robledo - a imagem na tela - foi vítima da globalização e agora é um local de comidas não muito saudáveis.
Outros dois cinemas de rua parecidos foram convertidos em lojas de cosméticos.
Mas pensando numa perspectiva mais ampla. Como mudou nossa experiencia com o cinema?
Com certeza perdemos (não completamente, mas 95%) a experiência de desfrutar do cinema dentro de uma bela arquitetura em um prédio de uso exclusivo.
Mas, o que mudou positivamente neste tempo? O que se ganhou?
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Ganhamos o acesso a uma arquitetura digital formidável.
Uma combinação de hardware, software e redes que começa com os protocoolos de internet - o TCP/IP - desenhados como uma arquitetura libertária e promíscua, onde todos os pacotes de informação são tratados de igual forma, independente de quem os envia.
Graças aos hackers foi possível o que era um sonho antes para qualquer cinéfilo: acessar filmes de todo o mundo, maioritários e minoritários.
Então eu queria trazer a esta mesa redonda umas palavras sobre a arquitetura de The Pirate Bay, a maior plataforma de compartilhamento de arquivos (e por conseguinte de filmes) do mundo.
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Fundado em 2003 pela organização anti-direitos autorais Piratbyran, o Pirate Bay tem entre 22 e 24 millones de usuarios simultaneos é detentor de cerca de 50% de todo o conteúdo compartilhado na web via torrent..
Para os leigos, torrent é o nome dado à extensão de arquivos de transferência do tipo P2P (peer to peer). Seus usuários compartilham via download e upload arquivos de filmes, música e também software livre como distribuições de linux.
Da maneira como o site funciona, - nesses computadores da imagem na tela - não estão os filmes, mas os “trackers”, que são as instruções para que os pacotes de informação encontrem seus destinos pela rede.
É importante lembrar que esta forma democrática de distribuição de conteúdo não foi criada nem por uma multinacional nem por uma universidade ou projeto de pesquisa, mas por dois geeks de softaware livre da Suécia.
Via o site da Pirate Bay, eu descarreguei centenas de filmes na última década. Mas é importante deixar claro que neste período eu nunca abandonei as salas de cinema.
A digitalização e as redes de compartilhamento só enriquecem a experiência para os amantes do cinema.
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Mais obviamente The Pirate Bay é muito conflituoso, ele enfrenta a estratégia empresarial de criação de escasez artificial no mundo digital do capitalismo cognitvo.
No ano 2006 os servidores foram requisitados pela polícia sueca por pressão do Governo dos Estados Unidos (uma historia que retrata o film “Steal this Film”)
Para ter maior proteção depois desse incidente, o Partido Pirata da Suécia amparou politicamente o projeto e os servidores foram mudados para a Montanha Branca - a imagem agora no projetor - um bunker em Estocolmo construído nos anos 50s para alojar o governo em caso de guerra nuclear.
A historia dos três co-fundadores de Pirate Bay enfrentando no seu cotidiano as batalhas judiciais com a grande mídia de entretenimento (principalmente Hollywood e a indústria musical) é retratada no documentário “The Pirate Bay: Away From Keyboard”.
Exibido na edição passada da Berlinale, o filme foi evidentemente disponibilizado na íntegra na internet no site de The Pirate Bay .
O filme é um verdadeiro registro do nosso tempo, retratando de maneira bastante precisa o embate entre a velha indústria, marcada pela sua forma de produzir e distribuir bens culturais, e os novos hábitos de consumo.
No momento, os três fundadores cumprem penas de 8 mese a 1 ano de prisão, mas o Pirate Bay continua a todo vapor.
No final do ano passado a plataforma deu um passo mais em sua invisibilidade e se converteu em um fantasma nas redes de datos, un prodígio de engenharia técnica que, como alguns experts apontam, será o futuro do armazenamento online.
Para evitar qualquer tipo de invasão física que ocasione o interrompimento de seus serviços, o Pirate Bay resolveu migrar todos os seus arquivos para a “nuvem”.
A nova arquitetura fantasma usa uma configuração basada en 17 máquinas virtuais, situadas em 2 provedores em diferentes continentes.
Eu queria finalizar lendo o que eles mesmos escrevem em seu blog:
A Nuvem Pirata
Então, primeiro nós abandonamos os trackers.
Então, nos livramos dos torrents.
E agora? Agora nos livramos dos servidores. Lenta e progressivamente estamos nos livrando de nossa forma terrena e subindo para a próxima fase, a nuvem.
A nuvem, ou Brahman como os hindus chamam, é o tudo, tudo ao redor. Ela está em toda parte; imaterial, mas muito real.
Se há dados, há o “The Pirate Bay”.
Nossos dados fluem em milhares de nuvens, em formas profundamente criptografadas, prontos para ser utilizados quando necessário. Preso à terra por nós que transformam os dados em criptografados estabelecendo um impasse, se não for usado por 8 horas serao reiniciados.
Todas as tentativas de atacar o “The Pirate Bay” a partir de agora é um ataque a tudo e a nada. O site que você está agora ainda estará aqui, por tanto tempo quanto nós queremos que ele esteja. Somente em uma forma superior de ser. Uma realidade para nós. Um fantasma para aqueles que desejam nos prejudicar.
Adaptar-se ou ser esquecido para sempre sob os véus de maya.
Artigos lidos:
quarta-feira, 13 de março de 2013
terça-feira, 12 de março de 2013
http://www.select.art.br/article/da_hora/cine-fantasma
Postado no dia 11 de Março de 2013 - 16h20m
Cine Fantasma
Projeto parte do mapeamento de salas desativadas
Texto: João Paulo Quintella • PÁGINA 1 de 1
Cinemas de rua voltam do além graças aos projetores do Coletivo Fantasma
Um mundo que foi e não é mais. É nesse espectro que operam as
vídeointervenções da série Cine Fantasma. O projeto parte do mapeamento
de cinemas de rua desaparecidos, desativados, destruídos. Nas últimas
décadas, os shoppings parecem ter sugado a alma das salas de exibição.
O projeto Cine Fantasma opera um mecanismo de reencarnação através
de imagens projetadas nas fachadas de edifícios onde um dia habitaram os
cinemas.
vídeointervenções da série Cine Fantasma. O projeto parte do mapeamento
de cinemas de rua desaparecidos, desativados, destruídos. Nas últimas
décadas, os shoppings parecem ter sugado a alma das salas de exibição.
O projeto Cine Fantasma opera um mecanismo de reencarnação através
de imagens projetadas nas fachadas de edifícios onde um dia habitaram os
cinemas.
No momento que o Rio vê seu desenho urbano sendo reconfigurado, os
fantasmas se manifestam mexendo não no concreto mas na memória da
cidade. A ação desses seres, para além da assombração, produz uma
reflexão sobre a identidade cultural e arquitetônica das cidades por onde
passam. Como projeção, falam sobre o que vimos e não vemos mais e,
principalmente, sobre as possibilidades de [re]impressão sobre um território
em mutação.
fantasmas se manifestam mexendo não no concreto mas na memória da
cidade. A ação desses seres, para além da assombração, produz uma
reflexão sobre a identidade cultural e arquitetônica das cidades por onde
passam. Como projeção, falam sobre o que vimos e não vemos mais e,
principalmente, sobre as possibilidades de [re]impressão sobre um território
em mutação.
Coletivo Fantasma em ação
A próxima edição acontece nesta quarta, dia 13, na [Cine]lândia, no centro
do Rio. Mas os fantasmas não existem só por lá e dia 04 de Abril prometem
aparecer em Fortaleza. Os horários nunca são divulgados com antecedência
mas considerando a natureza notívaga desses seres o encontro não é tão
improvável. Antes disso, acontece amanhã, terça 12, um debate com o
Coletivo Fantasma às 20hs no CCBB do Rio de Janeiro.
do Rio. Mas os fantasmas não existem só por lá e dia 04 de Abril prometem
aparecer em Fortaleza. Os horários nunca são divulgados com antecedência
mas considerando a natureza notívaga desses seres o encontro não é tão
improvável. Antes disso, acontece amanhã, terça 12, um debate com o
Coletivo Fantasma às 20hs no CCBB do Rio de Janeiro.
segunda-feira, 11 de março de 2013
domingo, 10 de março de 2013
sábado, 9 de março de 2013
Um centímetro que vale por um quilômetro
Ivo Raposo trabalhou como projecionista dos 12 aos 18 anos na Igreja Santo Afonso, na Tijuca. Morador do bairro, fascinado por cinema, viveu seus dias de Cinema Paradiso durante essa época, trabalhando por hobbie e cortando fotogramas quando o padre censurava algo.
Mais tarde veio a faculdade de Direito, o trabalho como comissário de polícia em Copacabana, e foi nesse bairro que, também como morador, pode transformar o cinema numa válvula de escape para a dureza da vida da delegacia.
Apaixonado e ávido por filmes, Ivo assistiu a ascensão e o declínio dos cinemas de rua. E foi nessa última leva que, quando o Metro Tijuca encerrou suas atividades nos anos 70, teve a ideia de pedir para si o arquivo que existia e incluía alguns filmes antigos e clips e trailers da MGM, e que imaginou correr risco de se perder. Ivo estava certo. O curador do Metro Tijuca tentara vender a massa falida para um ferro-velho, mas não conseguiu, e então cedeu aos pedidos de Ivo.
De posse de alguns filmes, algumas cadeiras e carpete do Metro, rumou com tudo isso para a casa do pai, em Conservatória, onde se dedicou à restauração do material.
Então, teve a grande ideia: criar um pequeno cineminha em homenagem ao original, onde pudesse exibir filmes para familiares e amigos. Foi assim que nasceu o CentiMetro.
Inicialmente particular, a réplica miniatura fez tanto sucesso que acabou sendo incorporado ao guia turístico da cidade. O serviço hoteleiro tem parcerias com o cinema que exibe sessões demonstrativas para os hóspedes. Também levando em conta o caráter turístico artístico da cidade, o CentiMetro foi incorporado ao evento CineMúsica, que acontece todos os anos.
O CentiMetro tem 60 lugares e só exibe filmes em película, outra matéria em extinção. E temos certeza que abriga fantasmas gratos por terem onde matar as saudades.
Mais tarde veio a faculdade de Direito, o trabalho como comissário de polícia em Copacabana, e foi nesse bairro que, também como morador, pode transformar o cinema numa válvula de escape para a dureza da vida da delegacia.
Apaixonado e ávido por filmes, Ivo assistiu a ascensão e o declínio dos cinemas de rua. E foi nessa última leva que, quando o Metro Tijuca encerrou suas atividades nos anos 70, teve a ideia de pedir para si o arquivo que existia e incluía alguns filmes antigos e clips e trailers da MGM, e que imaginou correr risco de se perder. Ivo estava certo. O curador do Metro Tijuca tentara vender a massa falida para um ferro-velho, mas não conseguiu, e então cedeu aos pedidos de Ivo.
Então, teve a grande ideia: criar um pequeno cineminha em homenagem ao original, onde pudesse exibir filmes para familiares e amigos. Foi assim que nasceu o CentiMetro.
Inicialmente particular, a réplica miniatura fez tanto sucesso que acabou sendo incorporado ao guia turístico da cidade. O serviço hoteleiro tem parcerias com o cinema que exibe sessões demonstrativas para os hóspedes. Também levando em conta o caráter turístico artístico da cidade, o CentiMetro foi incorporado ao evento CineMúsica, que acontece todos os anos.
O CentiMetro tem 60 lugares e só exibe filmes em película, outra matéria em extinção. E temos certeza que abriga fantasmas gratos por terem onde matar as saudades.
quarta-feira, 6 de março de 2013
terça-feira, 5 de março de 2013
Mnemosyne
Na leitura de um texto de Giorgio Agamben sobre Aby Warburg, encontrando boas pistas para seguir o Cine Fantasma:
"Ele definiu o Atlas Mnemosyne uma vez, de maneira um tanto enigmática, como uma 'história das fantasias para pessoas verdadeiramente adultas'. Se considerarmos a função que ele atribuía à imagem como órgão da memórias social e engrama das tensões espirituais de uma cultura, compreendemos o que ele quis dizer: seu atlas era uma espécie de gigantesco condensador recolhendo todas as correntes energéticas que tinham animado e animavam ainda a memória da Europa, tomando corpo em suas 'fantasias'. "
Pg 136, Arte & Ensaios n. 19. Rio de Janeiro, Programa de Pós Graduação em Artes Visuais / Escola de Belas Artes, UFRJ, dezembro de 2009.
"Ele definiu o Atlas Mnemosyne uma vez, de maneira um tanto enigmática, como uma 'história das fantasias para pessoas verdadeiramente adultas'. Se considerarmos a função que ele atribuía à imagem como órgão da memórias social e engrama das tensões espirituais de uma cultura, compreendemos o que ele quis dizer: seu atlas era uma espécie de gigantesco condensador recolhendo todas as correntes energéticas que tinham animado e animavam ainda a memória da Europa, tomando corpo em suas 'fantasias'. "
Pg 136, Arte & Ensaios n. 19. Rio de Janeiro, Programa de Pós Graduação em Artes Visuais / Escola de Belas Artes, UFRJ, dezembro de 2009.
segunda-feira, 4 de março de 2013
Cine Teatro Gloria (Cachoeirano)
Proposta elaborada para o Festival Reconvexo, na Cidade de Cachoeira, na Bahia. Não foi selecionda, está no limbo dos projetos em estado de latência. Quer apoiar? Escreve pra gente! Buuu!
domingo, 3 de março de 2013
Por Frederico
"Tout change autour de nous. Nous changeons nous-mêmes, et nul ne peut s'assurer qu'il aimera demain ce qu'il aime aujourd'hui." Jean Jacques Rousseau
sábado, 2 de março de 2013
Caro Cinema Fantasma,
Sou estudante de Jornalismo da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e estou fazendo uma matéria especial sobre cinema de rua para as disciplinas de rádio e TV, dos professores Marcelo Kischinhevsky e Rafael Casé, respectivamente.
Nossa pauta tem caráter histórico de apresentação da "era de ouro" dos cinemas de rua na cidade do Rio de Janeiro, pegando o gancho do projeto lançado pela Prefeitura, que visa a identificar com placas todos os prédios desses antigos cinemas, inclusive os já extintos.
Queremos investigar as razões que levaram à decadência desses cinemas e quais foram as saídas encontradas pelos que se mantém ainda hoje.
A pauta parte também do viés da diferenciação de público dos cinemas de rua e do de cinemas de shopping.
Seria ótimo ouvir a opinião de vocês e conversarmos um pouco acerca do projeto que vocês mantém.
Gostaríamos de saber então se vocês teriam disponibilidade de nos conceder uma entrevista gravada (áudio e vídeo), data/ horário/ local a definir.
Cordialmente,
Thayz Guimarães
Thayz Guimarães
sexta-feira, 1 de março de 2013
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